Apedema alerta sobre a retomada do uso do carvão mineral no RS

A Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente / APEDEMA/RS divulga nesta quarta-feira (14/7/2021) o “Alerta Urgente sobre os Danos Socioambientais da Retomada do Uso do Carvão Mineral do RS (2021)“. A APEDEMA é a federação das entidades ambientalistas do Rio Grande do Sul.

O documento lembra que a entidade havia alertado ainda em 2011 sobre os riscos socioambientais da expansão do uso energético do carvão mineral do Estado já então em discussão na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No atual documento, a entidade reitera que temos fontes diversas de energias renováveis, sendo que o aproveitamento do carvão como fonte energética corresponde a uma tecnologia obsoleta, antieconômica, profundamente danosa à saúde humana e ao meio ambiente, além de contribuir significativamente para piorar a crise climática atual.

O documento destaca que o uso do carvão está sendo abandonado no mundo e a exploração de novas jazidas não é compatível com a meta do Acordo de Paris, assinado por 195 países, incluindo o Brasil, de limitar a 2ºC o aumento da temperatura média global.

“A produção de energia à base de carvão, apesar de ainda ser uma das fontes de produção de eletricidade mais utilizadas em todo o mundo, libera a maior concentração de gases e partículas poluentes, além de metais pesados tóxicos”, afirma a Apedema. “Como o saudoso professor e ambientalista Flávio Lewgoy assinalava, a composição química do carvão mineral do Sul do Brasil é considerada uma verdadeira enciclopédia de venenos“.

Além de afetar o clima em geral, há conseqüências diretas ao sistema respiratório dos moradores e moradoras dos arredores das minas e das térmicas a carvão mineral. Destaca, o documento, que entre as substâncias, no processo de exploração surgem “o SO2 – dióxido de enxofre, CO2 – dióxido de carbono, e NOx – óxidos de nitrogênio, os quais resultam em ozônio ao nível da superfície”. “O dióxido de enxofre e o ozônio são gases altamente corrosivos, que causam falência respiratória e contribuem para a baixa de peso dos nascituros e no aumento da mortalidade infantil”.

Veja a íntegra do documento com 8 páginas e formato PDF e extensa lista de fontes técnicas.

Transcrevemos a parte final do documento:

O QUE DEVE SER FEITO?

Como já assinalamos, existem alternativas, mas estas devem ser tratadas também com a sociedade, longe do negacionismo científico da crise climática e de forma democrática. Devemos superar a maneira superficial, tecnocrática e autoritária, levada a cabo por governantes e políticos desavisados ou que respondem a interesses econômicos imediatistas, em especial ao lobby do carvão mineral que é negacionista das mudanças climáticas. Além disso, parte importante de nossa energia é direcionada ao setor das indústrias eletrointensivas, de exportação de alumínio, ferro, cimento e celulose, que disponibilizam nossos recursos naturais para outros países transformarem em manufaturados, gerando mais renda lá fora do que no nosso próprio país.

A atual privatização do Setor Elétrico agrava ainda mais a situação, pois as empresas privadas não visam reduzir consumo de energia, ao contrário. Necessitamos de políticas públicas, sob o controle da sociedade, que reduzam a baixa eficiência e a perda excessiva de um sistema concentrado de produção e transmissão, promovendo-se fontes de energia renováveis e verdadeiramente sustentáveis, como a eólica, a solar, a biomassa (com vegetais em sistemas agroecológicos) e o biogás, a partir de resíduos orgânicos urbanos e rurais

Necessitamos, acima de tudo, de energias que contemplem uma sociedade calcada no princípio da precaução e na inteligência, não o contrário, como vem sendo feito. Os atuais padrões energívoros são profundamente insustentáveis, pois alimentam um modelo de sociedade baseado na produção industrial concentrada e no consumo ilimitado, num planeta com recursos naturais finitos.

As entidades ambientalistas do Rio Grande do Sul, por intermédio da APEDEMA, reiteram, mais uma vez: Não há mais motivos para a utilização do carvão mineral, um dos combustíveis mais sujos do século XIX, e, portanto, seu uso deve ser abandonado, com urgência! Necessitamos de um debate amplo e uma revisão profunda na política energética do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil, vislumbrando o abandono do consumo do Carvão e dos demais combustíveis fósseis. Uma transição necessária para modelos mais sustentáveis, igualitários, com uso descentralizado e democrático de energias renováveis, em especial de fontes eólica, solar e de bioenergia diversa, longe do atual alto impacto ambiental e enorme risco à sociedade e à vida como um todo no Planeta.

Porto Alegre, 14 de julho de 2021.

Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (APEDeMA-RS).

Impactos Sócio-Ambientais da Mina Guaíba

Nesta segunda-feira, 27/7, as entidades que participam do Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul vão continuar os eventos do Seminário Territórios em Risco – o Avanço da Megamineração no RS.  Será a vez de serem analizados os impactos sócio-ambientais da obra da Mina Guaíba, projeto da empresa COPELMI, que está em estudo pelos organismos de licenciamento ambiental.

Dentre as entidades que participam do Comitê, várias são associadas da APEDEMA/RS.

  • Lisiane Becker: Bióloga com especialização/mestrado em Biociências/Zoologia (PUCRS), especialização em Direito Ambiental (UNINTER) e especialização em Políticas Públicas Ambientais (UNIRITTER). Ex-docente na Medicina/PUCRS. Responsável Técnica em órgão ambiental municipal. Integra a coordenação do Instituto MIRA-SERRA e da APEDeMA-RS;
  • Márcia Isabel Käffer: Doutora em Ciências, ênfase em Ecologia (UFRGS), possui mestrado em Biologia (UNISINOS) e graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas (PUCRS);
  • Paulo Brack: Biólogo, Mestre em Botânica e Doutor em Ecologia (UFSCar). É Professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências (UFRGS) e faz parte da coordenação do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais – InGá;
  • Rualdo Menegat: Professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, geólogo, Mestre em Geociências (UFRGS), Doutor em Ciências na área de Ecologia de Paisagem (UFRGS), Doutor Honoris Causa (UPAB, Peru). Fique ligad@: Rualdo irá apresentar um novo estudo sobre os riscos da Mina Guaíba!

A mediação vai ser do Eduardo Raguse, engenheiro ambiental, da coordenação da AMA Guaíba e do Comitê de Combate à Megamineração no RS.

Serviço:

OS IMPACTOS SÓCIOS-AMBIENTAIS DA MINA GUAÍBA
quando? 27/07 (2ª) às 19h
onde? Facebook do Comitê de Combate à Megamineração no RS
facebook.com/ComiteCombateMegamineracao

Ouça o programa sobre a Megamineração transmitido pela Rádio Ipanema Comunitária

Captura de Tela 2019-10-06 às 18.59.19.pngA Rádio Ipanema Comunitária transmitiu neste sábado um programa especial sobre as atividades do Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul.

A edição especial do programa Cidade Sustentável contou com a participação de Ana Guimaraens, representando o Sindicato dos Bancários, o Heverton Lacerda, vice-presidente da AGAPAN e Rafael Kruter Flores, pela Andes/RS. Continuar lendo

GESP encaminha denúncia de resíduos da construção civil em via pública

Captura de Tela 2019-10-06 às 18.35.50O GESP – Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas, de Passo Fundo, recebeu uma informação e formalizou denúncia solicitando providências sobre a existência de depósito de resíduos da construção civil em via pública na cidade.

Nos canteiros centrais da Rua Moron, Bairro Petrópolis, estão sendo depositado os mais variados materiais: tijolos, argamassa, sílica, lajotas, madeiras, entre outros.

O Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas/GESP encaminhou ofício a Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Gerais, solicitando vistoria e a notificação do responsável por mais este problema na ordem de saúde pública.

O Município de Passo Fundo já possui o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, como também legislação própria para a destinação de todos os resíduos produzidos em nossa cidade. Estes instrumentos simplesmente precisam ser cumprido.

A mortandade das abelhas é o tema do Agapan Debate nesta segunda

Captura de Tela 2019-09-14 às 22.38.21.pngO vertiginoso aumento da mortandade de abelhas nos últimos anos tem preocupado a sociedade e intrigado pesquisadores, cientistas e agricultores. A enigmática previsão atribuída ao renomado cientista Albert Einsten de que a humanidade teria apenas quatro anos de existência na Terra caso as abelhas viessem a desaparecer começa a ter sentido para alguns. Mas o que sabemos sobre isso e, principalmente, por que as abelhas estão morrendo?

É a partir dessa questão que será realizado o Agapan Debate nesta segunda-feira, dia 16/9, no auditório da Faculdade de Arquitetura da Ufrgs, em Porto Alegre. O objetivo é discutir a respeito do tema e apontar caminhos para que o problema possa ser encarado com a seriedade e a urgência que a questão exige. Para isso, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) convidou os engenheiros agrônomos Sebastião Pinheiro e Nadilson Roberto Ferreira, que debaterão com o público presente sob mediação da conselheira da entidade e farmacêutica Ana Maria Dait Valls Atz.

O Agapan Debate tem entrada gratuita e inicia às 19h. Continuar lendo

APEDEMA apóia Audiência Pública do Ministério Público sobre a Mina Guaíba

Captura de Tela 2019-08-20 às 12.40.11.png
Autor: Santiago

Acontece nesta terça-feira (20/8/2019), das 18h às 24h, no Auditório do Ministério Público Estadual (Aureliano de Figueiredo Pinto, 80), a audiência pública promovida conjuntamente entre os MPs Estadual e Federal para instruir seus respectivos expedientes investigatórios acerca do projeto Mina Guaíba. A audiência será transmitida em tempo real pelo Facebook do MPRS.

Muitas entidades integrantes da APEDEMA estão integrante o Comitê contra a Megamineração no Rio Grande do Sul juntamente com outras entidades. Um dos objetivos do Comitê é que a FEPAM, instituição responsável pelo exame do pedido de licença ambiental, exija uma Audiência Pública em Porto Alegre. Como a FEPAM não determinou esta Audiência, ambos o Ministério Público Federal e o Estadual resolveram realizar o evento de hoje à noite. Continuar lendo

Megamineração atrai grande público ao Agapan Debate

Nem o tempo chuvoso afastou quem está buscando informações relevantes sobre o assunto
O segundo Agapan Debate de 2019 foi realizado nesta terça-feira (23 de julho) no auditório da Faculdade de Engenharia Mecânica da Ufrgs, teve como tema central “Megamineração – Impactos na Saúde, na Economia e no Meio Ambiente”.

Megamineração é o tema do próximo Agapan Debate na terça, 23/7

Captura de Tela 2019-07-19 às 14.48.11“Megamineração – Impactos na Saúde, na Economia e no Meio Ambiente” é o tema do Agapan Debate da próxima terça-feira (23/07), às 19h, no Auditório da Cúpula Central da Engenharia Mecânica da Ufrgs.

Haverá palestra do pneumologista Carlos Nunes Tietboehl Filho, sobre “As doenças respiratórias causadas pela extração e queima do carvão mineral”, e do auditor fiscal da Receita Estadual do RS, João Carlos Loebens, sobre “A mineração que empobrece o Brasil“. A mediação do debate é do jornalista e vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Heverton Lacerda. Continuar lendo

Eduardo Quadros, da AMA Guaíba, entrevistado sobre o Projeto Mina Guaíba em programa do Tribunal de Contas

Veja a entrevista do engenheiro ambiental e Coordenador de Patrimônio Natural da AMA Eduardo Raguse Quadros ao jornalista e sociólogo Marcos Rolim no programa Atitude TCE Entrevista.

Captura de Tela 2019-07-17 às 22.25.05O programa do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) é veiculado na TV Assembleia e teve como foco os impactos socioambientais do projeto que pretende realizar mineração de carvão entre os municípios de Charqueadas e Eldorado do Sul.

https://www.facebook.com/325230117559759/posts/2353299194752831/

FEPAM deve entregar cópia integral de expediente sobre licenciamento ambiental do projeto Mina Guaíba, da Copelmi

Captura de Tela 2019-06-26 às 12.27.35.pngNa ação judicial proposta pela AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, INGA – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais e União pela Vida – UPV a Justiça fixou o prazo de 24h para que a FEPAM entregue cópia integral de processo administrativo vinculado ao processo de licenciamento do Projeto Mina Guaíba, da Copelmi.

O expediente cuja copia deverá ser entregue às entidades conteria documentos técnicos que embasariam a análise da licença pelo órgão licenciador (nº 2431-05.67/14-6.). Continuar lendo

Lançamento do Comitê contra a Megamineração será dia 18

A AMA – Associação Amigos do Meio Ambiente de Guaíba, a AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural e Amigos da Terra Brasil, aassociadas da APEDEMA/RS, dentre outras entidades farão na próxima terça, dia 18/6, o lançamento do Comitê de Combate à Megamineração no RS.

O evento acontecerá às 18h30min no Auditório do CPERS – Centro de Professores do RGS, na av. Alberto Bins, 480, no Centro Histórico de Porto Alegre.

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Artigo: Poluição do ar no RS: uma densa nuvem a ser dispersa

Eduardo Raguse Quadros (*)

O tema elencado pela ONU para ser discutido no Dia Mundial do Meio Ambiente de 2019 é a poluição atmosférica, responsável pela morte de 7 milhões de pessoas por ano no mundo, afetando com maior intensidade os mais vulneráveis como mulheres, crianças, idosos e, principalmente, grupos de baixa renda. Quase 90% das mortes relacionadas à poluição do ar ocorrem em países de baixa e média renda. Trata-se, por tanto, de uma questão de justiça ambiental.

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Consema se nega a pautar Mina Guaíba, projeto que, se implantado, afetará a população e a natureza da região

Reprodução

Entidades ambientalistas, integrantes da APEDEMA-RS, foram surpreendidos com a condução dos trabalhos do CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente, na reunião ocorrida na tarde desta quinta-feira (9/5/2019) que recusou-se a colocar em pauta a discussão sobre o projeto Mina Guaíba, previamente incluído pelo Instituto Mira Serra.

O projeto Mina Guaíba pretende extrair carvão mineral em mina a ser explorada localizada entre os municípios de Charqueadas e Eldorado do Sul. Atualmente, está em processo de licenciamento ambiental junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

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Vara Ambiental Federal suspende Audiência Pública sobre o uso do Carvão

Captura de Tela 2019-03-14 às 15.46.21.pngNa noite desta quarta-feira, dia 13/3/2019, a Juíza Federal Clarides Rahmeier, da 9ª Vara Federal de Porto Alegre, suspendeu a realização da Audiência Pública chamada como parte do processo de licenciamento do projeto Mina Guaíba, que seria (ou será) instalada pela Copelmi Mineração em terras de Charqueadas e Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul.

Os documentos colocados à disposição da população para exame e questionamentos não continham alternativas de localização do empreendimento e a análise não está concluída pelos órgãos técnicos.

A ação, com pedido de tutela cautelar diante da iminente realização da Audiência Pública na noite desta quinta, dia 14, em Charqueadas, foi proposta à Justiça pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais – InGA, Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN e União Pela Vida – UPV, as três associadas da APEDeMA/RS.

Sanado o quadro de informações e análises faltantes no processo,  o licenciamento poderá ter prosseguimento, se ainda forem as intenções dos investidores no projeto Mina Guaíba.

Em nota, as entidades autoras ressaltaram que “a decisão traz tranquilidade à sociedade civil gaúcha oportunizando o conhecimento e preparação para abordar um tema de tamanha relevância”. Ainda afirmam que “continuarão atentas ao andamento do licenciamento ambiental“.

Sobre a publicação do Edital da Audiência Publica no mesmo dia em que foram solicitadas grandes complementações pela FEPAM ao empreendedor, a nota diz que o Edital foi assinado pela ex-secretária Ana Pellini (Nota da Redação – atual Secretária Executiva do Ministério do Meio Ambiente) e as exigências foram realizadas pelos técnicos.

Decisão da Justiça Federal

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